Segundo Freud, com seu Determinismo Psíquico, nada acontece por acaso ou de modo fortuito. Tudo tem conexão com a nossa infância. Somos resultado da nossa história, a nossa infância, “persegue-nos”.
Com está perseguição, este “passado Presentificado”, a nossa mente consciente não controla todos os nossos comportamentos. A razão tem determinantes inexplicáveis e atemporais que Freud chamou de inconsciente. Assim o prazer e o desprazer são energias inerentes a nossa vida psíquica oriunda de:
· Conteúdos instintivos e hereditários.
· Conteúdos recalcados dos nossos momentos históricos sociais (perdas, castrações, elogios, críticas, ignorâncias, desafios, falta de importância e cuidados e etc.)
O homem Freudiano não é o centro do universo e nem de seu próprio universo. É governado por forças que nem controla e nem conhece.
Segundo Cristo Jesus, Ele é o Verdadeiro Caminho Vivo, veio para proporcionar o sujeito uma nova história, independente do passado e apesar do passado. A obra de Deus na vida da humanidade é para a manifestação da Glória de Deus. Deus é Senhor da história universal e da nossa história. Em Cristo, estão escondidos todos os tesouros e todas as garantias de um presente melhor para um futuro de gozo e paz. Ele amou a humanidade tanto, honrou tanto e valorizou tanto, de tal maneira. Nele, Cristo, podemos nos aventurar a uma purgação catártica homeostática.
Há um rico garimpo a ser realizado na história da humanidade, dos povos, das culturas e das individualidades. “Tudo isso aconteceu com os nossos antepassados a fim de servir de exemplo para os outros, e aquelas coisas foram escritas a fim de servirem de aviso para nós. Pois estamos vivendo no fim dos tempos.” (1Co 10:11) - I Co 10:1-12
Segundo Paulo, o homem Paulino apresenta uma profunda cisão interior, um conflito gerador de intenso sofrimento. “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” (Rm 7:19) Oriundo da recalcitração contra seus “próprios aguilhões.”
As angústias de Paulo:
1. Legalismo farisaico judeu – Lei moral (compreensão, preferência, aceitação), não leva ao cumprimento. “Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” (Rm 7:23)
a. Inclino-me em direção ao que gosto (presente do indicativo ativo) uma inclinação interior incontrolável.
b. Uma degeneração moral e insubmissão. Conferir os Versos: 7, 8, 11, 13
2. Intelectualismo Grego Socrático – Que pregava o conhecimento do bem como condição suficiente e necessária para as realizações e superações humanas. “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.” (Rm 7:24, 25b)
3. A ordem civil institucionalizada Romana – o Positivismo da “Ordem e Progresso”
a. A “Pax Romana”
b. O Poder Bélico das Legiões Romanas
c. O Direito Romano
d. A Organização Política Administrativa Romana
e. O Estado Romano
f. “O ser humano, sujeito de direitos e garantias”
O vaso escolhido de Deus faz o ROMPIMENTO, “Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” (Rm 7:23)
g. Lei dos membros (um transtorno dissociativo conversivo. Uma luta titânica, as vezes tirânica, entre o EU-MORAL, instintos, desejos e necessidades)
h. Lei da Mente e do entendimento – Compreender a lei intelectual e a decorrente preferência pela lei não garantem a sua efetivação, prática e paz interior.
i. Lei comportamental de empoderamento social (o controle social não controla instintos, desejos e necessidades)
Apresentação de outra lei. A “Lei do Espírito de Vida” (Rm 8:1) que nos livra da lei do pecado da morte. Ou seja, o ser humano, o sujeito de direitos é um ser espiritual de Cidadania Celestial (este foi o propósito da vinda de Cristo, sua morte e ressurreição).
Paulo fecha inexoravelmente com grandes ferrolhos as portas para qualquer intelectualismo, legalismo e positivismo, dado que ele conclui pela impotência humana para, a partir de suas próprias forças, vencer a batalha contra a natureza pecaminosa, cumprir a lei e a ordem civil mantida. “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” (Rm 7:19)
Apesar do passado, podemos e devemos viver o presente, no presente como um presente de Deus que através de Cristo Jesus, “tirou o pecado do mundo”, “desfez as obras do diabo” e “veio buscar e salvar o que se havia perdido”.
O passado deve levar-nos a uma viagem para desvendarmos:
· A nossa origem: de onde vim, onde estou e para onde vou?
· O nosso alicerce: Identidade, para a superação das crises existenciais. Solidez, para entendimento que Deus dirige a história de nossa vida operando o querer e o efetuar segundo a sua operosa e grandiosa vontade e Visão das possibilidades num processo introspectivo (meditativa, reflexiva e proativa), perspectivo (mediata, imediata e mensurável) e prospectiva (certeza, esperança, foco e fé).
O objetivo da viagem ao passado é para advertência, aviso, exemplo e aprendizado. Todas estas coisas aconteceram para exemplo vosso...” (I Co 10:1-12)
1. Uma viagem para educação e adestramento
a. Para exemplo
b. Para não ignorarmos a história da nossa vida e as circunstâncias do passado.
c. Para entendermos que Deus dirige a história não fazendo acepção de pessoas.
d. Para entendermos que ao longo da história de nossa vida podemos fazer coisas que não agradam a Deus.
e. Para não vivermos na cobiça, inveja, folga, idolatria, na prostituição e zona de conforto.
f. Para não tentarmos a Deus e vivermos em lamúrias e lamentações.
g. Para distinguirmos os tempos e as épocas segundo Deus que é Senhor do tempo.
h. Para que, proativamente, tenhamos vigilância e cuidado.
i. Para não perecermos e vivermos prostrados no deserto da vida.
2. Uma viagem para ação meditativa e corretiva dos conceitos envenenados
a. Sobre Deus – Relação vertical e Transpessoal.
b. Sobre As pessoas – Relação horizontal e interpessoal. Momento de ajustes e convívio.
c. Sobre si mesmo – Relação subjetiva e intrapessoal.
Tudo isso está relacionado ao convívio, à solidariedade, a crítica com piedade, à comunicação e diálogo não...
1. O discurso rude, acusatório e impiedoso de Bildade (Jó 8:4,6,13)
2. A sabedoria terrena, aparente e a falta de sentimento em relação à dor do outro.
3. Uma teologia precipitada e incompleta
a. Deus como verdugo e carrasco.
b. Teologia do sucesso e da prosperidade
c. Teologia da retribuição e das tradições (conhecimento dos ancestrais)
4. Uma ideia errônea que está no passado todo o nosso conhecimento.
Não vivemos do passado, no passado, com o passado e para o passado, apesar de sermos produto do passado. O problema não é o passado, mas, o que fazemos com ele.
Que lições preciosas aprendemos com o passado?
Que riqueza e rico garimpo podemos fazer no passado?
Onde estão os diamantes do passado que podem ser lapidados?
Voltemos à realidade do presente: “Senhor, tu tens sido o nosso refúgio. Antes de formares os montes e de começares a criar a terra e o Universo, tu és Deus eternamente, no passado, no presente e no futuro. Faze com que saibamos como são poucos os dias da nossa vida para que tenhamos um coração sábio.” (Sl 90:1-2, 12) “Portanto, aquele que pensa que está de pé é melhor ter cuidado para não cair.” (1 Co 10:12)
Excelente!!!